Os objetos e o mobiliário que compramos e que nos rodeiam em casa ou no trabalho são continuidade da cultura material que teve início na 1ª Revolução Industrial, ainda durante a 2ª metade do século XVIII, através dos avanços tecnológicos e das metodologias laborais.
É importante ter em mente que anteriormente já existia uma grande tradição manual, das mais diversas áreas de intervenção, desde a madeira, aos têxteis à cerâmica, entre outras, e que sem dúvida influenciaram o desenho das peças e o fabrico.
No contexto português da cultura material é inevitável contornar a associação Passa ao Futuro; uma associação sem fins lucrativos e uma iniciativa cultural baseada na pesquisa de património imaterial e na herança cultural Portuguesa dos artesãos e designers.
Através de várias iniciativas a associação promove a colaboração entre artesãos e designers a repensar técnicas, saberes, produtos e objetos, com uma perspetiva contemporânea aliada ao design thinking, com o intuito de reativar, manter e dar a conhecer este património, nomeadamente através de residências e posteriormente exposições.
Ao aumentarmos a escala de intervenção, e passarmos para a indústria, existe cada vez mais uma maior integração de pequenos artesãos e colaborações, que conseguem introduzir uma riqueza cultural relevante, pois ajuda a perpetuar no tempo estas técnicas e alargando o número de pessoas em contacto com as mesmas, ajudando deste modo a criar uma economia mais sustentável e materialmente rica.
P.S. se estiveres, ou passares, por Lisboa aproveita para visitar o Museu de Arte Popular, em Belém, para visitar a exposição “Um Cento de Cestos“, com curadoria de Astrid Suzano e Fatima Durkee, patente até Maio do próximo ano.